sábado, 4 de julho de 2009

Minha primeira maratona

Farei, agora, o relato da minha primeira maratona, que aconteceu no dia 28/06/2009, e que ficará para sempre na minha lembrança.
Ao contrário do que eu esperava, consegui dormir muito bem na noite que antecedeu à prova, e às 5 da manhã estava pronto para o desjejum, mas confesso que não consegui comer quase nada, tamanha era a ansiedade.
Após o café saímos do hotel (Eu, Júlio Cordeiro e Ésio Cursino) em direção ao ponto de partida do ônibus que nos levaria ao local da largada.
Chegamos com boa antecedência e ficamos curtindo o momento, vendo os corredores de elite e batendo um papinho com os amigos da Acorja (Bartolomeu, Flávio Lemos, Enildo, Melo) e de outros estados (Hideaki, Alberto, Jorge Maratonista).
Procurei pelo amigo Miguel (Baleias), com o qual eu pretendia correr uma parte da prova mas, lamentavelmente, não o encontrei.
Dada a largada, segui sozinho com uma grande interrogação na cabeça, já que nunca havia corrido mais de 27 kms.
Na semana da prova sofri um rude golpe, que foi a quebra do meu GPS (Forerunner 305), que me deixou na mão há 4 dias da maratona.
Munido de um relógio comum que tinha função de cronômetro e com o auxílio das placas sinalizadoras de quilometragem iniciei a minha epopéia.
Tracei uma meta de fazer 10 km/hora nas 3 primeiras horas para ver o que acontecia comigo após esse limite.
No início da prova me concentrei na minha estratégia e ignorei as muitas ultrapassagens que sofri, seguindo firme na minha tática.
No km 10 passei com 59 min e 35 seg
No km 20 passei com 1 h 59 min e 50 seg
Até aí eu só tinha visto, dentre os conhecidos, o baleia Wu, que me ultrapassou nos primeiros 10 km, fiz um esforço e o acompanhei um pouco para perguntar pelo Miguel e ele me informou que ele estava vindo.
Cheguei bem à subida da Niemayer mas tive receio de subir correndo e alternei trotes e caminhadas, na tentativa de me preservar para enfrentar a temida fase final da prova.
Avistei o Enílton (Ao qual agradeço muito pela gentileza de me dar um dilatador nasal, já que eu havia esquecido de pegar o meu, aliás esqueci também dos óculos e do boné) e fiquei com ele durante uns 500 m, mas como ele estava com problemas com o tênis eu segui em frente novamente sozinho.
Passei no km 30 com um tempo acima do que eu havia estipulado, mas com uma pequena diferença que me deixou esperançoso de que pudesse concluir a prova.
Dividi o restante da prova de 2 em 2 kms e comecei a rezar para que as dores que surgiram nas faces anterior e lateral de ambas as coxas não impossibilitassem a minha chegada.
No km 35 um voluntário me ofereceu bananas, gelo e palavras de incentivo que me deixaram muito sensibilizado pois, pela aparência, tratava-se de uma pessoa humilde. Aceitei uma banana, massageei com gelo as minhas doloridas coxas e segui confiante de que chegaria ao final.
A essa altura o público começou a incentivar e eu criei uma torcida particular imaginária, que incluía meus falecidos pais, meu falecido irmão, outros parentes e amigos que também já não fazem parte do nosso convívio, minha esposa (que me esperava na chegada), meus filhos, meus netos, meus irmãos, cunhados e cunhadas, amigos (corredores ou não) e, acreditem, na minha imaginação eu ouvia os gritos de incentivo o que chegava a me deixar arrepiado.
Com tantos pensamentos as dores simplesmente desapareceram e eu fui vendo as placas sinalizadoras dos km passando 38, 39, 40 41, 42, e aí eu vi minha Lú, Chris e Júlio que me entregou uma bandeira do meu amado SPORT CLUB do RECIFE e um chapéu em forma de sombrinha de frevo com os quais cruzei a linha de chegada com um tempo super modesto de 4 h e 36 min, mas com uma alegria, talvez comparável à do pernambucano que ganhou a prova.
EU SOU UM MARATONISTA !!! Medíocre, mas sou e estou feliz e orgulhoso do "meu feito".

4 comentários:

  1. Prezado Clênio, realmente uma pena não corrermos juntos pelo menos um pedaço da prova. Você já reconsiderou a sua frase "não sei se corro outra". Novembro é um tempo considerável para recuperação e Curitiba é uma cidade muito boa. Abraço.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom saber que sou um pouco responsável por teu incrível desempenho. Tenho muito orgulho de você e te admiro demaisssssssssss.
    Um beijo do irmão louco por corridas.
    Júlio

    ResponderExcluir
  3. Clode, parab[éns pela Marastono do Rio. Conhecendo você, sei que não desistiria, que iria até o fim.
    Que venham outras meu irmão.
    Ah, o novo blog ficou ótimo!
    Beijos da irmã.
    Mõniva

    ResponderExcluir
  4. Grande Clode! PARABÉNS, CARA! Tô muito feliz por vcs e já tô começando a sonhar alto ( quem sabe uma maratona quando completar 40 anos no final de 2010 ??). Mal iniciei no blog da uol e já tô p... porque vcs já provaram que não é lá estas coisas. Abraços. Carlos Gomes (http://carlos.corrida.zip.net)

    ResponderExcluir